24 de julho de 2014

Viver com Vida



Então um dia convidei a Tristeza para entrar em minha casa, com ela veio a Desilusão, a Depressão e a Sra. Morte também acabou entrando, todos após muitos anos conseguiram me convencer de entrar em minha casa, acabei então por convencido de convidar a entrar, sentamos nós quatro para conversar, ficamos na sala de visitas.

A Tristeza que chegou primeiro começou a falar, e me disse o porquê estava tão interessada em entrar na minha vida, ela disse que de onde ela me enxergava ela observava que meus dias eram vazios e eu não preenchia o meus dias com nada então ela acreditava que podia preencher esse vazio da minha vida dando um pouco de si a “tristeza”.

A Desilusão então se prenunciou, logo já foi falando e não demorou muito para querer de toda maneira entrar na minha vida, o motivo dela é que eu estava sem objetivos, os sonhos haviam virado pesadelos, não queria mais compartilhar meus problemas com ninguém em tudo eu achava um motivo para me isolar dos meus amigos e da minha família, a minha vida virou uma ilha e por esses motivos  a desilusão se sentia no direito de tomar esse espaço e dar um pouco de si para a minha vida, trazendo “desilusão”.

A Depressão mais do que depressa também quis se apresentar, não muito disposta e  bastante desanimada como é o seu jeito de sempre, afinal ela não consegue ser diferente nem levantava a cabeça para falar, estava realmente desanimada, mas disse porque veio, relatou que esteve me observando de perto e eu sempre reclamando de tudo, achando que tudo é ruim e que as pessoas não prestam e só eu sei fazer tudo, foi exatamente neste momento que ela acreditava que poderia preencher a minha vida dando também o máximo de si para a minha vida a “depressão”.

Então chegou a Sra. Morte mais que de mansinho como sempre ela chega, sem avisar, sem fazer convites pegando todos de surpresa, assim também ela levantou para falar na sala da minha casa, onde estávamos todos nós sentados em volta da mesa tentando buscar uma explicação para a minha vida, todos queriam participar da minha vida, afinal de contas eu mesmo abri a porta da minha casa para eles entrarem, então agora, eu precisava acomodar eles em minha vida ou dar um jeito de despachar eles rapidinho para que fossem embora da minha casa, da minha vida, bem rapidinho, a escolha era minha era eu quem mais uma vez tinha o poder da decisão nas minhas mãos, a Senhora Morte começou a falar e logo disparou que quando então começou a me rodear foi porque eu sem perceber acabei atraindo ela para mim, os meus dias já não tinham mais sentidos, o meu levantar, o meu deitar, o meu andar, o meu falar, olhar, sentir ou seja, nada disso tinha mais sentido, eu não sabia mais o que estava fazendo nesta vida, não sabia porque tinha vindo, queria só ir embora logo, pois nada fazia mais sentido, tudo tinha uma só cor, o colorido da vida já tinha se ido a muito tempo então foi nestes momentos que inconscientemente acabei chamando a Senhora Morte para a vinha vida, assim ela relatou, eu não queria mais a vida, então a morte veio tomar o seu lugar e ela queria entrar e ficar para todo o sempre ela queria dar o máximo de si para minha vida ela era a “morte”.

Percebi naquele momento que realmente tinha o poder da decisão em minhas mãos era a hora da grande decisão, ou os meu convidados ficavam para sempre comigo ou eu sutilmente e sem sutilezas mesmo tirava eles da minha casa, da minha vida para que nunca mais voltasse, eu precisava tomar essa decisão. Parei por alguns segundos e nesse tempo um filme passou em minha mente, o quanto a vida poderia ser diferente se eu fosse diferente, o quanto a vida poderia ser melhor se eu fosse melhor, o quanto a vida poderia ser linda se eu olhasse ela com outros olhos, foi nesse momento então que decidi mandar todas as visitas embora da minha casa e fazer da minha vida diferente pois resolvi ser uma pessoa diferente.



10 de julho de 2014

A Casa é sua


Não me falta cadeira
Não me falta sofá
Só falta você sentada na sala
Só falta você estar
Não me falta parede
E nela uma porta pra você entrar
Não me falta tapete
Só falta o seu pé descalço pra pisar
Não me falta cama
Só falta você deitar
Não me falta o sol da manhã
Só falta você acordar
Pras janelas se abrirem pra mim
E o vento brincar no quintal
Embalando as flores do jardim
Balançando as cores no varal
A casa é sua
Por que não chega agora?
Até o teto tá de ponta-cabeça
Porque você demora
A casa é sua
Por que não chega logo?
Nem o prego aguenta mais
O peso desse relógio
Não me falta banheiro, quarto
Abajur, sala de jantar
Não me falta cozinha
Só falta a campainha tocar
Não me falta cachorro
Uivando só porque você não está
Parece até que está pedindo socorro
Como tudo aqui nesse lugar
Não me falta casa
Só falta ela ser um lar
Não me falta o tempo que passa
Só não dá mais para tanto esperar
Para os pássaros voltarem a cantar
E a nuvem desenhar um coração flechado
Para o chão voltar a se deitar
E a chuva batucar no telhado
A casa é sua
Por que não chega agora?
Até o teto tá de ponta-cabeça
Porque você demora
A casa é sua
Por que não chega logo?
Nem o prego aguenta mais
O peso desse relógio
Letra: Arnaldo Antunes

Então me diga



Diga que o amor valeu
Diga que não perdi nada do que era meu
Diga que sempre fui teu e o seu era todo meu
Faça de conta, faça a conta, passe da conta
Me chama, me chama, me chama
Diga que o amor valeu
Então me diga.

Onde está o amor

Tá escrito no seu jeito de me olhar Só não entendo porque não há mais nada Pr'aquela lua que meus segredos eu cantava Já se can...